José
Custodio da Silva (simplesmente ZUZA), natural de Araripina, 50 anos dedicados a música em
atividade, com certeza o músico de Araripina que representa todas as gerações,
um enorme coração, espetacular personalidade, excelente tocador de trompete,
pandeiro, cavaco, violão com ouvido musical perfeito que repassou seus
conhecimentos aos filhos Juscélio e Janaiza e a tantos outros músicos que se
inspiraram no jeito único de tocar trompete com aquele infinito repertório que
vai de A á Z de Zuza, só resta dizer que,
ZUZA você é o verdadeiro “MÚSICO”.
Hely
Alen: Quando começou sua carreira musical?
Zuza:
Comecei
a estudar música em 1962 com Sargento Inocêncio, antes o primeiro maestro foi Ivanildo
que ensinava no colégio estadual Pe. Luiz Gonzaga, eu aprendi primeiro com
Ivanildo, depois veio outro maestro de Campos Sales/CE que se chamava Antonio
Fidelis já na Administração de Pe. Gonçalo, ai Sargento Inocêncio que era
delegado daqui me chamou e quem comandava a banda mesmo era Severino Bentinho,
eu passei 04 (quatro) anos na Banda, eu tava na serra limpando mato e todo dia
eu descia a serra de Jose Gualter de pé pra estudar, todo dia, e quando
terminava eu voltava pra serra, mas aprendi um pouquinho, eu tocava bombardino
na banda do Pe. Gonçalo, a banda não tinha nome nessa época era chamada de
banda paroquial, eu sai quando o Sargento foi embora, a banda terminou porque
ele mexeu com política e foi exonerado.
Hely
Alen: Quando foi seu retorno para a nova formação da Banda
Maestro Álvaro Campos?
Zuza: Foi
em 1989 no final da Administração de Dr. Valmir para Dr. Mimi, 1989 já era
Mimi, e até hoje fiquei esse tempo todo na banda, (com tristeza fala) mas agora
sou obrigado sair por já completei 70 anos, mas o meu filho Juscelio tocou trompete na banda e minha filha Janaisa
ainda toca clarinete na banda.
Hely
Alen: Qual a melhor época da Banda?
Zuza: A melhor época que eu passei na banda foi na
época de Ribamar quando ele era diretor, todos foram bons, mas cada um tem o
seu, eu e Ribamar nos dávamos muito bem, era uma pessoa que procurava dialogar
com você, ai eu me sentia bem, quando é uma pessoa que não procura dialogar
você não liga, agente tolera por que tem que tolerar, mas o bom mesmo é você
dialogar com as pessoas.
Hely
Alen: E qual momento da banda Maestro Álvaro Campos você achou
que estava completa?
Zuza: Na
época de Valdeir Batista, era completa, ela estava musicalmente melhor que
todos os tempos, tava muito boa, bem afinada e tocada, todo mundo trabalhava
direitinho.
Hely
Alen: Fique a vontade
pra deixar a sua mensagem?
Zuza: Eu
só tenho mais é que agradecer, pelos tempos que passei na banda, agradeço a
todos que foram meus amigos, acredito que eu não tenho magoa de nenhum, até
porque nunca tive desacerto com nenhum graças a Deus, sempre procurei amizade
com todos, e acredito que ninguém tem queixa de mim também. Eu vou continuar participando
e tocando, já passei do tempo de tocar, mas vou sem compromisso por que gosto
mesmo, até quando cansar, isso é de mim mesmo, mas se quiserem me gratificar
como queiram estou pronto pra receber.
Hely
Alen: Meu raro amigo
ZUZA (mínimo), o brasileiro tem que deixar de olhar pra o exterior e ver as
belezas que temos aqui no Brasil ver as nossas riquezas infinitas, no interior
do sertão também é assim, basta chegar um estrangeiro que os prata da casa são
esquecidos, temos que ajudar e dar valor aos estrangeiros pois nós já fomos
também, mas temos que dar mais valor$ ainda, são as pessoas como você que
viajou mundos, aprendeu e fez de um de tudo e com amor voltou pra sua terrinha
ensinando o que aprendeu, espero que um dia as Autoridades e os músicos dêem
seu devido valor em vida ou póstuma, são inumeras vezes que animou com seu
trompete as serenatas boemias, pela sua história e tradição nos carnavais,
retretas, tocando nos festejos e os louvores dos hinos das igrejas, nos boleros
de shinuei da noite serás sempre nosso minino. Agradeço por ter me ajudado a
construir meu repertorio e com certeza você é a essência da cultura musical
viva em atividade de Araripina.
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