domingo, 2 de dezembro de 2012

Entrevista com Mestre ZUZA


José Custodio da Silva (simplesmente ZUZA), natural de Araripina, 50 anos dedicados a música em atividade, com certeza o músico de Araripina que representa todas as gerações, um enorme coração, espetacular personalidade, excelente tocador de trompete, pandeiro, cavaco, violão com ouvido musical perfeito que repassou seus conhecimentos aos filhos Juscélio e Janaiza e a tantos outros músicos que se inspiraram no jeito único de tocar trompete com aquele infinito repertório que vai de  A á Z de Zuza, só resta dizer que, ZUZA você é o verdadeiro “MÚSICO”.

Hely Alen: Quando começou sua carreira musical?

Zuza: Comecei a estudar música em 1962 com Sargento Inocêncio, antes o primeiro maestro foi Ivanildo que ensinava no colégio estadual Pe. Luiz Gonzaga, eu aprendi primeiro com Ivanildo, depois veio outro maestro de Campos Sales/CE que se chamava Antonio Fidelis já na Administração de Pe. Gonçalo, ai Sargento Inocêncio que era delegado daqui me chamou e quem comandava a banda mesmo era Severino Bentinho, eu passei 04 (quatro) anos na Banda, eu tava na serra limpando mato e todo dia eu descia a serra de Jose Gualter de pé pra estudar, todo dia, e quando terminava eu voltava pra serra, mas aprendi um pouquinho, eu tocava bombardino na banda do Pe. Gonçalo, a banda não tinha nome nessa época era chamada de banda paroquial, eu sai quando o Sargento foi embora, a banda terminou porque ele mexeu com política e foi exonerado.

Hely Alen: Quando foi seu retorno para a nova formação da Banda Maestro Álvaro Campos?

Zuza: Foi em 1989 no final da Administração de Dr. Valmir para Dr. Mimi, 1989 já era Mimi, e até hoje fiquei esse tempo todo na banda, (com tristeza fala) mas agora sou obrigado sair por já completei 70 anos, mas o meu filho Juscelio  tocou trompete na banda e minha filha Janaisa ainda toca clarinete na banda.

Hely Alen: Qual a melhor época da Banda?

Zuza:  A melhor época que eu passei na banda foi na época de Ribamar quando ele era diretor, todos foram bons, mas cada um tem o seu, eu e Ribamar nos dávamos muito bem, era uma pessoa que procurava dialogar com você, ai eu me sentia bem, quando é uma pessoa que não procura dialogar você não liga, agente tolera por que tem que tolerar, mas o bom mesmo é você dialogar com as pessoas.

Hely Alen: E qual momento da banda Maestro Álvaro Campos você achou que estava completa?

Zuza: Na época de Valdeir Batista, era completa, ela estava musicalmente melhor que todos os tempos, tava muito boa, bem afinada e tocada, todo mundo trabalhava direitinho.

Hely Alen:  Fique a vontade pra deixar a sua mensagem?

Zuza: Eu só tenho mais é que agradecer, pelos tempos que passei na banda, agradeço a todos que foram meus amigos, acredito que eu não tenho magoa de nenhum, até porque nunca tive desacerto com nenhum graças a Deus, sempre procurei amizade com todos, e acredito que ninguém tem queixa de mim também. Eu vou continuar participando e tocando, já passei do tempo de tocar, mas vou sem compromisso por que gosto mesmo, até quando cansar, isso é de mim mesmo, mas se quiserem me gratificar como queiram estou pronto pra receber.

Hely Alen: Meu raro amigo ZUZA (mínimo), o brasileiro tem que deixar de olhar pra o exterior e ver as belezas que temos aqui no Brasil ver as nossas riquezas infinitas, no interior do sertão também é assim, basta chegar um estrangeiro que os prata da casa são esquecidos, temos que ajudar e dar valor aos estrangeiros pois nós já fomos também, mas temos que dar mais valor$ ainda, são as pessoas como você que viajou mundos, aprendeu e fez de um de tudo e com amor voltou pra sua terrinha ensinando o que aprendeu, espero que um dia as Autoridades e os músicos dêem seu devido valor em vida ou póstuma, são inumeras vezes que animou com seu trompete as serenatas boemias, pela sua história e tradição nos carnavais, retretas, tocando nos festejos e os louvores dos hinos das igrejas, nos boleros de shinuei da noite serás sempre nosso minino. Agradeço por ter me ajudado a construir meu repertorio e com certeza você é a essência da cultura musical viva em atividade de Araripina. 

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