segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

HISTÓRICO DO MAESTRO ÁLVARO CAMPOS

MAESTRO ÁLVARO CAMPOS 

Álvaro Campos. Nasceu em Jardim, CE, em 29/JANEIRO/1891; Filho de: Bernardino de Caldas Campos e Maria Dondom Campos. De família com muitos irmãos/irmãs que residiam em diferentes cidades/Estados nordestinos – em Petrolina (Rufina Campos cc Maroto Coelho) e João Campos (casado 2 vezes (Tia Pitiu / Adérica); em Belmonte/Caruaru/Recife (Maria Campos (Mariquinha) cc Izaías Bezerra) em Fortaleza (Querubina Campos cc Sá Bringel) e no Rio de Janeiro (José Campos, s/informação). Seu Álvaro, desde cedo, trabalhou em farmácia em Barbalha, CE, com um farmacêutico famoso, ali aprendendo fórmulas e manipulações – há um ‘caderno’ com fórmulas... Casou-se em 1.ª núpcias com Luzia Lócio Campos, (a família Lócio/Lóssio também é extensa, durante muito tempo controlou politicamente a cidade de Bodocó – eram os ‘coronéis’ e com presença na política estadual). Do casamento, vieram muitos filhos – Maria Dondon (Bodocó, 1923-Goiânia, 198/), José Arnaud (Bodocó, 1926-Araripina, 198/), Terezinha, (Bodocó, 1929-Araripina, 1954) e Maria Luzalva (Bodocó, 1933), consta que alguns filhos faleceram ainda criança. Residia em Bodocó, PE, proprietário de uma farmácia. Na década de 1930, foi Prefeito Municipal, fez muitas melhorias na cidade, inclusive arborizando-a. A Prefeitura ficou lhe devendo, pelo que consta nunca recebeu! Um Lócio, parente ou cunhado, lhe sucedeu na Prefeitura e como desfeita mandou cortar as árvores. Seu Álvaro, chateado, mudou sua residência e farmácia para Araripina, PE. Com o falecimento de d. Luzia, casou-se em 2.ª núpcias em 1938 em Morais, distrito de Araripina, com a adolescente, de 14 anos, Honorina Gouveia Granja, depois Honorina Granja Campos. [O casamento foi combinado com o Pe. Luiz de Gonzaga, amigo do noivo e com os pais da noiva que fora para Morais para ser madrinha de um batismo!] Do casamento, vieram 9 filhos – Luzia, Francisco Itami, Bernardino, Maria da Conceição, Maria das Mercês, Verônica Maria, Maria das Graças, Álvaro Campos Filho e Flávio José – quase todos hoje residindo em Goiânia e com descendentes. A Farmácia Campos, de Álvaro Campos, foi a primeira farmácia de Araripina, tinha grande estoque de medicamentos, além de vidraria, essências e substâncias para preparo de fórmulas e manipulação de medicamentos. Revendia medicamentos para o ‘interior’ do Piauí e do Ceará, nas proximidades de Araripina – Caldeirão, Pio IX, Araripe. Embalei em mala de couro muitos ‘pedidos’ de revendedores da região... Além da Farmácia, seu Álvaro, se dedicou à Banda de Música, a primeira de Araripina – daí a banda de hoje ter seu nome. Os instrumentos eram de sua propriedade e ele mantinha muitos músicos por sua conta, alguns se alojavam em dependência da Farmácia Campos e fazendo refeições na casa do Maestro. As retretas, as alvoradas e a participação nas Missas e festividades da Igreja Católica local e regional eram comuns – a  Banda se deslocava com frequência (nas festas religiosas) de Morais, Barra de São Pedro, Serra Branca, Nascente – distritos de Araripina e de Ouricuri; também para municípios vizinhos do Piauí (Pio IX), e do Ceará. Com a política local radicalizando nas disputas entre o PSD e a UDN, no início dos anos 1950, Seu Álvaro desfez sua Banca de Música. Ele era partidário da UDN – ‘brigadeirista’ (setor da UDN que tinha o brigadeiro Eduardo Gomes como expressão maior) e oposição local/estadual; o PSD elegeu diversos prefeitos e seus chefes (coronéis) mandavam na cidade. A base do PSD era de fazendeiros e proprietários rurais. Seu Álvaro, comerciante, citadino, nunca teve propriedade rural, nem muito contato com o campo. Ali viveu até início de 1956, quando veio a falecer, com 65 anos.


Hely Alen: Durante todas as entrevista que fiz sobre a vida do Maestro Álvaro e tentando elucidar a razão da música ter florescido em Araripina, descobri uma generosa e grandiosa personalidade da nossa historia, não houve sequer uma pessoa que ao se recordar do Maestro ÁLVARO e mesmo tentando se conterem, era visível as lágrimas que escorriam em suas faces com facilidade, nostalgias e saudades, tenho plena certeza que foi honrosa e merecida homenagem a Banda de Araripina receber  o ilustre nome do Sr. Maestro Álvaro Campos. 

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