sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Entrevista com José Gilmar da Silva


Gilmar 
Jose Gilmar da Silva, trombonista natural de Araripina/PE, com quase 24 anos dedicado a musica, o único  aluno do Maestro Geraldo Moises em atividade na Banda em Araripina , esteve juntamente com Flavio Daniel na Regência da Banda nos anos de  1999 a 2008, hoje é o 1º trombone de vara e instrutor na escolinha de musica da Banda Maestro Álvaro Campos.

Hely Alen: Como surgiu a musica e a Banda Maestro Álvaro Campos em sua vida?

Gilmar: Foi através do meu colega de teatro Ciro Bala, ele comentara que estava montando uma banda de musica na cidade convidando-me a participar, eu com 18 anos nem imaginava em ser musico, era mais por diversão, mas no fim deu certo, me matriculei na escola de musica, as aulas eram ministradas pelo Maestro Geral Moises defronte a prefeitura, com meus colegas de turma: Olimpio, Cesar, Anchieta, Ciro, estudei teoria musical  e  a pratica foi no trombone em sib, entrei na Banda nos festejos da Padroeira do distrito Moraes em 29 de julho de 1988.

Hely Alen: A regência da banda, como aconteceu?

Gilmar: Na saída do regente Marcos Jobá, o prefeito da época Emanuel Bringel através de Paulo Januário reuniu-se com a turma da Banda de Musica e os mesmos indicaram eu e Flávio para regência interina, o tempo foi passando e tudo dando certo, então nos ficamos regendo por quase 10 anos a Banda.
Hely Alen: Diga-nos uma lembrança marcante que a banda lhe proporcionou?
Gilmar: São muita lembranças memoráveis, porem o dia 29 de julho de 1988, a minha estréia tocando na banda nos festejos da padroeira do distrito Moraes, é um dos momentos inesquecível da minha vida.

Hely Alen: Analisando esses anos todos, como você ver a banda?

Gilmar: A Banda quando iniciou na época do Maestro Geraldo Moises, apesar de ter apenas 11 músicos, tinha uma qualidade musical muito melhor, devido ao nível de formação dos músicos da Paraíba, hoje a banda esta com muitos aprendizes, mais o nível é muito bom também, ainda mais que, naquela época a Banda era muito bem assistida e incentivada pelo ex-prefeito Dr. Valmir Lacerda o fundador da Banda.

Hely Alen: Deixe uma mensagem para nossos amigos leitores?

Gilmar: Vou usar uma pequena frase que meu Maestro Geraldo Moises que dizia,  “Uma cidade sem Banda de Música é uma cidade triste”.

Hely Alen: Meu nobre colega Gilmar, a cultura Araripense agradece pela dedicação a Banda de Musica Maestro Álvaro Campos, seja na animação como na formação de novos músicos,  dando continuidade ao legado do Maestro Geraldo Moises,  nos sabemos que ser musico não é apenas uma profissão, mas  um modo de vida e liberdade, galgado com muita perseverança e esforço, afinal, nosso intuito principal é distribuir pensamentos musicais  através dos sons, pois a musica sempre foi a linguagem da alma.

Araripina – PE, 29 de Novembro de 2011

Entrevista com Antonio Gilberto Alencar Fernandes (Betinho)


Antonio Gilberto

Antonio Gilberto Alencar Fernandes (Betinho)  clarinetista da Banda de Músicos Maestro Álvaro Campos em Araripina/PE, natural da cidade Uiraúna na Paraíba,  de família musical como o maestro Dedé Capitão, Betinho com 40 anos de música, o único componente ativo que fez parte da 1ª formação da Banda Maestro Álvaro Campos no ano de 1987.

Hely Alen: Como surgiu o convite para participar da Banda Maestro Álvaro Campos?

Betinho: foi através do maestro da 1ª formação meu conterrâneo do Uiraúna Geraldo Moises que foi o primeiro a vir para Araripina  juntamente  com o Prefeito Dr. Valmir Lacerda e comitiva logo em seguida trouxeram alguns músicos para formar a Banda,  eu mesmo, com a dor da minha mãe adoentada e um aperto no peito, fiquei em duvidas se vinha ou não,  foi então que incentivado pelo meu amigo Adalberto  resolvi  juntamente com os demais músicos convidados ir para Araripina no dia  31 de Agosto de 1987 juntando-se a Geraldo Moises que já se se encontrava dando aula de musica na cidade, no dia seguinte 01 de setembro assinamos contrato com a Prefeitura.

Hely Alen: Quem eram os componentes da 1ª (primeira) formação da Banda Maestro Álvaro Campos?

Betinho: Começo  pelo Maestro e Professor Geraldo Moises no saxofone e regendo, Assis Veinho na tuba, Marcondes de Zé no Trompete, Antonio  Gilberto (Betinho) no clarinete, Neto Maria no trombone de vara, Sinval no trombone de vara, Cesar de Satiro no tarol, Branco de Patativa no bombo, Jose Wanderlei (bujão) no surdo todos do Uiraúna como também  Boré  nos pratos e Bandeirinha no surdo, os dois de Araripina. Com 11 componentes e dois meses de ensaios, nos preparamos para animar os Festejos da Padroeira, estreando no dia 29 de Novembro de 1987

Hely Alen: Diga-nos uma lembrança marcante que a banda lhe proporcionou?

Betinho: umas das minhas maiores lembranças é o amor que tenho pela profissão, o meu maior prazer foi formar a banda de musica através do Prefeito Dr. Valmir Lacerda que me deu a oportunidade de sermos amigos. Eu com mais de 15 anos de musica na Banda do Uiraúna  e a minha irmã Maria do Céu sempre me falava “Betinho você devia ter ser formado estudou por 13 anos”, mais o amor pela musica era maior que tudo, então  vim  para Araripina. Na época éramos bem gratificados e tínhamos o INPS e PASEP não tínhamos despesas de moradia e alimentação, lembro-me de Dona Luzia e Dona Geraldina que tomava de conta da republica. Apesar do trabalho que era manter uma Banda de Músicos, nos éramos bem considerados pelo Senhor  Prefeito Valmir Lacerda, se fosse hoje para ganhar um salário mínimo talvez não viesse ninguém. Mas quero dizer também que o que mais me tocou em Araripina alem da região ser desenvolvida com indústrias, é o desenvolvimento cultural que nesses anos através da Banda de musica proporcionou a criação de vários músicos. Hoje tem bandas marciais nos colégios, músicos mirins,  tem muitos movimentos por ai, e o meu objetivo aqui é a Banda Maestro Álvaro Campos.

Hely Alen: Numa  analise do passado ate os dias de hoje, quais as principais mudanças na Banda?

Betinho: Houve melhorias, começou com 11 músicos em 1987, chegando a 23 músicos em 1992, e hoje 2011 temos mais de 35 músicos na Banda, mas a musicalidade dos primeiros 11 componentes foi a melhor que existiu, apenas com 6 (seis) músicos de sopro de primeira, profissionais que tocavam mesmo, veja hoje a banda com 35  a 40 componentes  mas com muitos aprendizes, novatos que não toca igual aquele que ta tocando a vários anos  que são experientes e tarimbados na musica, não se justifica. Mas eu já fui aprendiz também, sei como é difícil entrar numa banda, na minha época tinha que saber tocar mesmo.

Hely Alen; Deixe uma mensagem para nossos amigos leitores?

Betinho: É que banda de musica como sempre falava Dr. Valmir Lacerda tem que fazer um pagamento pra turma para melhorar o ordenado dele, pois todas as prefeituras recebiam verbas da cultura pra formar uma Banda de musica, e se não pagar bem aos músicos, o musico não vão e nem rende,  tem que dar assistência,  é aquele dizer “Araripina teve a felicidade em formar uma Banda de músicos”, e o que eu aconselho e isso, “a minha vocação é musico, e músico de banda de musica, tem musico que toca em banda de forro em outros seguimentos, esquecendo o trabalho da banda de musica, eu toco carnaval no saxofone. “Os  jovens para começar a estudar musica quanto mais garoto melhor, pois a musica é terapia e faz desenvolver a mentalidade dos jovens, e não sou eu que estou dizendo é comprovado”.

Betinho: Eu vou falar uma coisa, eu agradeço a Dr. Valmir Lacerda por ter criado a Banda, de todos os prefeitos ate o momento, foi o que deu maior assistência e importância a cultura de Araripina.

Hely Alen: Meu amigo Betinho, nos agradecemos o apoio dado a cultura Araripense junto a Banda de Musica Maestro Álvaro Campos na sua formação, por todos as vezes que tocou o Hino Nacional, o Pernambucano e o Araripinense, o musico nesse pequeno momento é tão importante quanto o político que hasteia a bandeira ou descobre a placa de inauguração, participou e participa dos principais eventos da cidade, você que  até hoje tem dado seqüência na valorização da Banda de Musica como o maior patrimônio artístico cultural de Araripina.

Araripina – PE, 28 de Novembro de 2011