sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

25 Anos da Banda Maestro Álvaro Campos



A Banda Maestro Álvaro Campos foi homenageada pelos seus 25 anos de fundação após a missa  do dia 06.12.2012 no palco da Igreja Nossa Senhora da Conceição em Araripina, o belíssimo  cerimonial foi digno de aplausos e elogios emocionados de todos os presentes, a bandinha teve seu momento de glória junto a comunidade, pois nesses anos que se passaram a mesma estava relaxada e meio esquecida  tocando apenas o hino da padroeira, deixou de participar das quermesses ficando quase inativa sua participação durante os festejos e as missas, porém o projeto apenas inicia-se para reavivar e transformar a Bandinha, pois nós os músicos de alma estamos devolta a ativa para colocar a Banda no lugar mais alto do palco...

Tudo começou de um devaneio, eu sonhava com a banda como as grandes orquestras: Tabajara, Spok, Mantiqueira, Pequi, Corpo de Bombeiro/CE etc, uma verdadeira banda de palco e cortejo, mas nada de apoio e sim só levava trava, não sei o por quê da razão e motivação   alguns membros chegavam para os administradores da prefeitura  e me difamavam com palavras infames sobre minha pessoa, no popular me calavam,  porque eu sou assim, faça correto aplaudirei, faça errado criticarei para que seja concertado, e assim foi indo, e foi ai que, com minha tristeza desolada refugiei-me no distrito Morais (que agora amo de coração) e depois de um tempo tive a motivação e iniciativa de fazer tudo sozinho juntando fotos e fatos para documentar e fazer uma revista e DVD/CD comemorativo da Banda que em 2013 vai sair com certeza através dos patrocinadores que espero conseguir, então comecei a matutar idéias que poderiam ajudar e dar incentivo para articulação das comemorações dos 25 anos da Bandinha, fui colecionando relatos que  indicavam que a Banda não era apenas Bodas de Prata, e sim uma quase setentona com grandes parcelas na historia cultural Araripinense infelizmente despercebida e esquecida, mais ainda guardada na memória de celebres personagem que repassaram  informações de suma importância para que houvesse merecida homenagem não só pelos 25 anos de municipalização da Banda em 1987, mais para aqueles que iniciaram e contribuíram com o desenvolvimento musical nos anos 40 através do grande homenageado da noite o Sr. Maestro Álvaro Campos, pois a cada conversa datas, nomes e eventos eram lançados e relembrados,  acredito que a Banda do Mastro Álvaro seja de 1945 (informação ainda em descobrimento), e foi diante da posse dessas informações sobre várias personalidades importantes da sociedade que participaram ativamente da Cultura Musical,  comuniquei ao Sr. Secretario de Cultura Lìdio Santiago que juntamente com sua valorosa equipe de imediato abraçaram a causa com coração e empenho, mesmo sabendo do pouquíssimo tempo e com escassez  de recursos para iniciar e organizar a cerimônia, e como num milagre a fizeram-na com louvor, foi espetacular e inesquecível a comemoração  homenageando os Senhores: Severino Bentinho, Pedro Bandeira, Geraldo de Décio, Ribamar Carvalho, Gilberto (Betinho), José Custódio (ZUZA) e o Ex-Prefeito Valmir Lacerda, as homenagens de entregas das placas comemorativas contou com a presença do Sr. Prefeito Eleito Dr. Alexandre Arraes que é  filho do exímio tocador de requinta Expedito Arraes um dos músicos da Banda do Maestro Álvaro Campos, a presença de sua Esposa e futura 1ª dama Roberta Bertino, o vereador Luciano Capitão, o Padre Malan, como também a participação honrosa de membros da comunidade ouvindo e prestigiando a apresentação da Banda.

Agradecemos a todos que ajudaram na realização do evento que serviu principalmente para alavancar e divulgar a Bandinha e quem sabe atrair olhares e investimentos para  aprimoramento e evolução da mesma.  Infinitamente grato ao Sr. Secretario de Cultura Lídio Santiago e aos membros da sua equipe: Juilson Alencar(meu primo Juju), Raquel Cunha, Jamerson Bandeira, Toninho, ao jornalista Jorge Possetti que comandou o cerimonial com profissionalismo e sabedoria, um  forte abraço fraternal ao pessoal do som e iluminação, as autoridades,  ao publico presente, aos músicos e seus familiares, e a todos que contribuíram na realização do majestoso evento.                      

Somente DEUS recompensa                             

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

HISTÓRICO DO MAESTRO ÁLVARO CAMPOS

MAESTRO ÁLVARO CAMPOS 

Álvaro Campos. Nasceu em Jardim, CE, em 29/JANEIRO/1891; Filho de: Bernardino de Caldas Campos e Maria Dondom Campos. De família com muitos irmãos/irmãs que residiam em diferentes cidades/Estados nordestinos – em Petrolina (Rufina Campos cc Maroto Coelho) e João Campos (casado 2 vezes (Tia Pitiu / Adérica); em Belmonte/Caruaru/Recife (Maria Campos (Mariquinha) cc Izaías Bezerra) em Fortaleza (Querubina Campos cc Sá Bringel) e no Rio de Janeiro (José Campos, s/informação). Seu Álvaro, desde cedo, trabalhou em farmácia em Barbalha, CE, com um farmacêutico famoso, ali aprendendo fórmulas e manipulações – há um ‘caderno’ com fórmulas... Casou-se em 1.ª núpcias com Luzia Lócio Campos, (a família Lócio/Lóssio também é extensa, durante muito tempo controlou politicamente a cidade de Bodocó – eram os ‘coronéis’ e com presença na política estadual). Do casamento, vieram muitos filhos – Maria Dondon (Bodocó, 1923-Goiânia, 198/), José Arnaud (Bodocó, 1926-Araripina, 198/), Terezinha, (Bodocó, 1929-Araripina, 1954) e Maria Luzalva (Bodocó, 1933), consta que alguns filhos faleceram ainda criança. Residia em Bodocó, PE, proprietário de uma farmácia. Na década de 1930, foi Prefeito Municipal, fez muitas melhorias na cidade, inclusive arborizando-a. A Prefeitura ficou lhe devendo, pelo que consta nunca recebeu! Um Lócio, parente ou cunhado, lhe sucedeu na Prefeitura e como desfeita mandou cortar as árvores. Seu Álvaro, chateado, mudou sua residência e farmácia para Araripina, PE. Com o falecimento de d. Luzia, casou-se em 2.ª núpcias em 1938 em Morais, distrito de Araripina, com a adolescente, de 14 anos, Honorina Gouveia Granja, depois Honorina Granja Campos. [O casamento foi combinado com o Pe. Luiz de Gonzaga, amigo do noivo e com os pais da noiva que fora para Morais para ser madrinha de um batismo!] Do casamento, vieram 9 filhos – Luzia, Francisco Itami, Bernardino, Maria da Conceição, Maria das Mercês, Verônica Maria, Maria das Graças, Álvaro Campos Filho e Flávio José – quase todos hoje residindo em Goiânia e com descendentes. A Farmácia Campos, de Álvaro Campos, foi a primeira farmácia de Araripina, tinha grande estoque de medicamentos, além de vidraria, essências e substâncias para preparo de fórmulas e manipulação de medicamentos. Revendia medicamentos para o ‘interior’ do Piauí e do Ceará, nas proximidades de Araripina – Caldeirão, Pio IX, Araripe. Embalei em mala de couro muitos ‘pedidos’ de revendedores da região... Além da Farmácia, seu Álvaro, se dedicou à Banda de Música, a primeira de Araripina – daí a banda de hoje ter seu nome. Os instrumentos eram de sua propriedade e ele mantinha muitos músicos por sua conta, alguns se alojavam em dependência da Farmácia Campos e fazendo refeições na casa do Maestro. As retretas, as alvoradas e a participação nas Missas e festividades da Igreja Católica local e regional eram comuns – a  Banda se deslocava com frequência (nas festas religiosas) de Morais, Barra de São Pedro, Serra Branca, Nascente – distritos de Araripina e de Ouricuri; também para municípios vizinhos do Piauí (Pio IX), e do Ceará. Com a política local radicalizando nas disputas entre o PSD e a UDN, no início dos anos 1950, Seu Álvaro desfez sua Banca de Música. Ele era partidário da UDN – ‘brigadeirista’ (setor da UDN que tinha o brigadeiro Eduardo Gomes como expressão maior) e oposição local/estadual; o PSD elegeu diversos prefeitos e seus chefes (coronéis) mandavam na cidade. A base do PSD era de fazendeiros e proprietários rurais. Seu Álvaro, comerciante, citadino, nunca teve propriedade rural, nem muito contato com o campo. Ali viveu até início de 1956, quando veio a falecer, com 65 anos.


Hely Alen: Durante todas as entrevista que fiz sobre a vida do Maestro Álvaro e tentando elucidar a razão da música ter florescido em Araripina, descobri uma generosa e grandiosa personalidade da nossa historia, não houve sequer uma pessoa que ao se recordar do Maestro ÁLVARO e mesmo tentando se conterem, era visível as lágrimas que escorriam em suas faces com facilidade, nostalgias e saudades, tenho plena certeza que foi honrosa e merecida homenagem a Banda de Araripina receber  o ilustre nome do Sr. Maestro Álvaro Campos. 

domingo, 2 de dezembro de 2012

Entrevista com Ribamar


José Ribamar de Carvalho (Ribas/Ribinha), Clarinetista e saxofonista natural de Araripina - PE, Empresário e musico nas horas vagas, foi Diretor da Banda Maestro Álvaro Campos de 1998 à 2002, uma personalidade inesquecível que conquistou grande popularidade e amizade entre os músicos que até hoje o relembram com saudades da sua administração. Nosso Eterno Diretor ou faço  uso das palavras de seu Ribas O DEREITOR.

Hely Alen: Como e quando aconteceu a proposta para dirigir a Banda Maestro Álvaro Campos?

Ribamar:  A convite do então prefeito Emanuel Bringel quando de alguns encontros regados a música através do sax e clarinete.


Hely Alen: como surgiu a musica em sua vida o saxofone e o clarinete?

Ribamar:. Por ocasião do meu tempo de estudo no Colégio Salesiano, em Recife

Hely Alen: Qual a melhor lembrança  que a banda Maestro Álvaro campos lhe proporcionou?

Ribamar:.Encontro com os amigos aos domingos na praça Frei Ibiapino, bem como as festas da padroeira, entre outras.

Hely Alen: Faça uma breve analise dos anos dedicado a Banda?

Ribamar:.Foi uma época de alegria e satisfação, feitos com dedicação e prazer.

Hely Alen: Deixe uma mensagem para nossos amigos leitores?

Ribamar:.Continuem sempre prestigiando a Banda Álvaro Campos, incentivando e contribuindo para nossa música e cultura.

Hely Alen: Meu digníssimo amigo Ribamar (Seu Ribas), qualquer musico que tenha convivido apenas um momento com vossa senhoria é um privilegiado, pois seu jeito cativante e brincalhão conciliado com respeito e responsabilidade fez evoluir a cultura musical aproximando várias gerações de músicos em Araripina, um dos maiores incentivadores dos shinuei (shinuei = músicos tocando na folia animando festas improvisadas), nos que fomos homenageados e gratos por ter o seu nome na Orquestra de Frevo Ribinha Ribeiro, só nos resta a saudade do seu convívio continuo. Um grande abraço e obrigado por tudo que fez por nos músicos e a Banda Maestro Álvaro Campos.


Entrevista com Mestre ZUZA


José Custodio da Silva (simplesmente ZUZA), natural de Araripina, 50 anos dedicados a música em atividade, com certeza o músico de Araripina que representa todas as gerações, um enorme coração, espetacular personalidade, excelente tocador de trompete, pandeiro, cavaco, violão com ouvido musical perfeito que repassou seus conhecimentos aos filhos Juscélio e Janaiza e a tantos outros músicos que se inspiraram no jeito único de tocar trompete com aquele infinito repertório que vai de  A á Z de Zuza, só resta dizer que, ZUZA você é o verdadeiro “MÚSICO”.

Hely Alen: Quando começou sua carreira musical?

Zuza: Comecei a estudar música em 1962 com Sargento Inocêncio, antes o primeiro maestro foi Ivanildo que ensinava no colégio estadual Pe. Luiz Gonzaga, eu aprendi primeiro com Ivanildo, depois veio outro maestro de Campos Sales/CE que se chamava Antonio Fidelis já na Administração de Pe. Gonçalo, ai Sargento Inocêncio que era delegado daqui me chamou e quem comandava a banda mesmo era Severino Bentinho, eu passei 04 (quatro) anos na Banda, eu tava na serra limpando mato e todo dia eu descia a serra de Jose Gualter de pé pra estudar, todo dia, e quando terminava eu voltava pra serra, mas aprendi um pouquinho, eu tocava bombardino na banda do Pe. Gonçalo, a banda não tinha nome nessa época era chamada de banda paroquial, eu sai quando o Sargento foi embora, a banda terminou porque ele mexeu com política e foi exonerado.

Hely Alen: Quando foi seu retorno para a nova formação da Banda Maestro Álvaro Campos?

Zuza: Foi em 1989 no final da Administração de Dr. Valmir para Dr. Mimi, 1989 já era Mimi, e até hoje fiquei esse tempo todo na banda, (com tristeza fala) mas agora sou obrigado sair por já completei 70 anos, mas o meu filho Juscelio  tocou trompete na banda e minha filha Janaisa ainda toca clarinete na banda.

Hely Alen: Qual a melhor época da Banda?

Zuza:  A melhor época que eu passei na banda foi na época de Ribamar quando ele era diretor, todos foram bons, mas cada um tem o seu, eu e Ribamar nos dávamos muito bem, era uma pessoa que procurava dialogar com você, ai eu me sentia bem, quando é uma pessoa que não procura dialogar você não liga, agente tolera por que tem que tolerar, mas o bom mesmo é você dialogar com as pessoas.

Hely Alen: E qual momento da banda Maestro Álvaro Campos você achou que estava completa?

Zuza: Na época de Valdeir Batista, era completa, ela estava musicalmente melhor que todos os tempos, tava muito boa, bem afinada e tocada, todo mundo trabalhava direitinho.

Hely Alen:  Fique a vontade pra deixar a sua mensagem?

Zuza: Eu só tenho mais é que agradecer, pelos tempos que passei na banda, agradeço a todos que foram meus amigos, acredito que eu não tenho magoa de nenhum, até porque nunca tive desacerto com nenhum graças a Deus, sempre procurei amizade com todos, e acredito que ninguém tem queixa de mim também. Eu vou continuar participando e tocando, já passei do tempo de tocar, mas vou sem compromisso por que gosto mesmo, até quando cansar, isso é de mim mesmo, mas se quiserem me gratificar como queiram estou pronto pra receber.

Hely Alen: Meu raro amigo ZUZA (mínimo), o brasileiro tem que deixar de olhar pra o exterior e ver as belezas que temos aqui no Brasil ver as nossas riquezas infinitas, no interior do sertão também é assim, basta chegar um estrangeiro que os prata da casa são esquecidos, temos que ajudar e dar valor aos estrangeiros pois nós já fomos também, mas temos que dar mais valor$ ainda, são as pessoas como você que viajou mundos, aprendeu e fez de um de tudo e com amor voltou pra sua terrinha ensinando o que aprendeu, espero que um dia as Autoridades e os músicos dêem seu devido valor em vida ou póstuma, são inumeras vezes que animou com seu trompete as serenatas boemias, pela sua história e tradição nos carnavais, retretas, tocando nos festejos e os louvores dos hinos das igrejas, nos boleros de shinuei da noite serás sempre nosso minino. Agradeço por ter me ajudado a construir meu repertorio e com certeza você é a essência da cultura musical viva em atividade de Araripina.